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Vamos falar sobre o lixo virtual?

Falamos e ouvimos muito sobre lixo - reciclável, orgânico, rejeito - mas e o lixo virtual? Calma, que esse não é um papo de louco, prometo! Mas é que nos últimos tempos, especialmente em época de pandemia, tivemos que lidar com os inúmeros conteúdos disponíveis por todo canto da internet, gerando acúmulo. E é sobre isso que quero falar hoje.


Em coisa de 20 anos nossa comunicação mudou completamente: nos tornamos digitalmente globais. As informações que antes demoravam muitos dias para chegarem em seu destinatário, hoje chegam em segundos para milhares e milhares de pessoas. Tá, isso não é novidade, sabemos. E a questão nem é tanto essa. Fato é que questionar a respeito do lixo físico, palpável, concreto, nos permite traçar um paralelo sobre esse assunto mais subjetivo e quero te convidar a refletir comigo.


Com a enorme facilidade em produzir e espalhar conteúdo hoje em dia, vamos aos questionamentos:


  • Será que produzimos conteúdos de qualidade, que irão impactar positivamente a vida de alguém, que de fato informam ou estimulam o pensamento crítico/criativo?

  • Será que consumimos o que realmente queremos ou precisamos?

  • Ou será que consumimos conteúdo por compulsão tal como nas lojas e praças de alimentação?

  • Conseguimos gerir bem tudo que possuímos virtualmente (textos, fotos, áudios, lembretes, aplicativos)?


Com apenas essas perguntas, já é possível perceber o quanto transferimos a mesma motivação do consumismo com relação aos produtos físicos para o consumo desenfreado de infoprodutos. E tal como no aspecto físico, tudo aquilo que adquirimos em excesso virtualmente transforma-se em lixo.


E acredito que a gente já saiba as consequências do consumismo em nossas vidas, né? Ansiedade e depressão são algumas delas, pois nenhum produto é capaz de suprir nossos vazios, nem mesmo os virtuais. Sem contar que inventar uma falsa realidade por trás das telas é muito mais fácil e acreditar na própria mentira - e sofrer por essa razão - é tão certo quanto dois e dois são quatro.


Não acredito que a solução para isso seja o não consumo. Só precisamos mesmo reavaliar o que nos motiva a gastar dinheiro e especialmente tempo em coisas que não acrescentarão em nada, apenas se tornarão resíduos que teremos que lidar mais cedo ou mais tarde: uma caixa de e-mails cheia de inscrições sem sentido, postagens aleatórias de pessoas aleatórias em seu feed de notícias nas redes sociais, endereços favoritados que você nunca irá visitar, lives pipocando a todo instante, e por aí vai!


Aqui, estou nesse movimento de limpeza que, acredite, é tão ou mais difícil do que a mudança de hábitos para uma vida com menos lixo material. Mas seguimos. E espero sinceramente que este texto não tenha se tornado um lixo para você :)

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